quarta-feira, 16 de junho de 2010

Comércio paralelo no Soccer City !!!




Herbert Mphahlele, 24, ostenta a taça do mundo logo após saber que a África do Sul de Tshabalala tinha acabado de converter um gol contra o México FOTO: Marcos Limonti
Rodolfo Tiengo
Direto de Joanesburgo
Gritos da torcida vêm de longe e ecoam por todos os lados. Atrás, a imensa cabaça, o desenho que inspirou o estádio Soccer City. Adiante, um terminal lotado de ônibus vazios. O jogo entre a África do Sul e o México já está no segundo tempo. No estacionamento acumulam-se em um único passeio vários comerciantes informais, a despeito das proibições feitas pela Fifa.
São pessoas vindas de longe, que gastam o mínimo possível com condução e que querem tirar uma grana com a leva de turistas que vem ao mundial, ainda que sob os olhos pesados dos organizadores. O clima por ali, no entanto, era de condescendência por parte de alguns funcionários que passavam por perto. Também, eles estavam bem longe do Fan Shop oficial e, naquele horário, provavelmente não teriam tanto sucesso de vendas.

A sul-africana Thokozile Zwane, que vendia colares ao lado do grande estacionamento construído no coração da Copa do Mundo FOTO: Marcos Limonti
As tradicionais vuvuzelas, cuja proibição agora está sendo estudada pela Fifa, estavam aos montes no ponto de venda de Nqobane Ndebele, 22 anos. O jovem morador de Hillbrow comercializa os afamados artigos por 100 a 150 randes. Quem quer ser um pouco mais discreto ao menos no aspecto visual, pode comprar micro-vuvuzelas por 20 randes – mas não se enganem que o barulho também é ensurdecedor. Além disso, torcedores poderiam encontrar ali bonés estilizados por 50 randes.
Ndebele estava no estacionamento do Soccer City desde as 14 horas e já eram quase 17 horas. Para incrementar o negócio, ele pretende viajar para a Cidade do Cabo. Avião? Não. Ônibus. “Você acha que tenho dinheiro para ir de avião? Nem pensar”, comentou. Também de prontidão, desde as 15 horas, a comerciante Thokozile Zwane exibia colares com pedras e ossos, tudo feito por suas próprias mãos. Cada peça custa 50 randes – um preço praticamente padrão para produtos como esse.

O irreverente Nqobane Ndebele, 22, que pretendia ir pra Cidade do Cabo e ver se os negócios melhoram FOTO: Marcos Limonti
Enquanto a reportagem entrevistava os camelôs, uma boa surpresa. Através dos gritos vindos do campo, todos soubemos que era gol da África do Sul. Tshabalala tinha acertado um belo chute, mas ninguém ali tinha visto, já que a Fifa não instalou telões de exibição dos jogos do lado de fora do Soccer City, a fim de evitar acúmulo de torcedores sem ingresso na região. Mas esse detalhe pouco importava.

De amendoim (foto) a vuvuzela, comércio informal e não autorizado é corriqueiro no país da Copa, mesmo com as restrições da Fifa FOTO: Marcos Limonti
Um gol foi suficiente para todo mundo ficasse em extrema euforia, estado de espírito que fez com que o vendedor Herbert Mphahlele, 24, levantasse um troféu gigante da Copa (300 randes) para celebrar a temporária vitória da África do Sul – o jogo acabou empatado em 1 a 1. “Eu estou muito empolgado”, afirmou o comerciante, que mora em Mokopane (cidade localizada no norte da África do Sul, na província de Limpopo) e espera que os anfitriões do mundial cheguem até as semifinais.

FOTO: Marcos Limonti
http://comercionacopa.wordpress.com/

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