terça-feira, 8 de junho de 2010

Rastafaris entram no clima da Copa

GLOBOESPORTE.COM visita, na África do Sul, a maior comunidade do movimento oriundo da Jamaica e difundido por Bob Marley

 

Por Marcos Felipe Direto de Knysna, África do Sul


A cidade de Knysna, onde estão concentradas as seleções da Dinamarca e França, não é só conhecida pelo clima de tranquilidade, restaurantes especializados em frutos de mar e belas praias. O local também é famoso por abrigar a maior comunidade rastafari da África do Sul.
Fundada em 1993 na periferia de Knysna, a Judah Square Rastafarian Community conta com 24 famílias que seguem a risca os preceitos e ensinamentos do movimento surgido na Jamaica e que ficou famoso no mundo graças ao reggae e, especialmente, a Bob Marley.



E como a Jamaica não está na Copa, os membros da Judah Square não escondem que vão torcer pela África do Sul no Mundial. Mas o Brasil também faz o coração dos locais balançar.
- Estamos com os Bafana Bafana, mas adoro o seu pais. Na verdade torcemos por todos. Estamos muito felizes pela Copa ser aqui e termos essa oportunidade de trocarmos experiências com pessoas de todo o planeta. É um sentimento de amizade rasta – disse Dowie Afrikaner, guia da comunidade que faz parte do roteiro de atrações turísticas de Knysna.

A comunidade conta com uma creche para 40 crianças, um restaurante vegetariano (que está sendo reformado), um tabernáculo (a igreja dos rastafari) e uma casa que funciona como “prefeitura”, localizada à frente de uma pequena praça onde reuniões decidem os rumos da simpática colônia.

as assim como Bob Marley, que era um entusiasta do futebol (fotos dele com uma camisa da seleção brasileira estão espalhadas em quase todas as casas), a comunidade também adora o esporte bretão. Prova disso é que duas equipes criadas por moradores locais e disputam ligas amadoras da África do Sul. E ambas com nomes ligados ao reggae: Roots F.C. e Rebels.
- Temos jogadores de toda Knysna em toda a região e estamos treinando para o Oyster Cup (Copa das Ostras) em julho. E, sim, um dos times foi batizado por causa de uma música do Bob Marley (“Soul Rebel”) – contou Dowie.
rastafaris knysna copa do mundoRegularmente, a comunidade divulga o salmo do
dia e anuncia algo de diferente na rotina local, no
caso, a visita da reportagem do Globoesporte.com
Como fiéis seguidores do rastafarismo, os moradores da Judah Square seguem a risca os ensinamentos da religião que proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia entre 1930 e 1974, como a representação terrena de Jah (Deus). Quase todos são vegetarianos, não bebem ou fumam tabaco. Por outro lado, a maconha é totalmente liberada.
- Mas não a usamos por diversão ou prazer, apenas para nossa purificação espiritual – observou Dowie, ressaltando que defende a descriminalização da erva.





 

 

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