Keanan, 11, chora com o pai no Nelsonm Mandela Bay. Sul-africanos também choraram a eliminação brasileira na Copa FOTO: Marcos Limonti
Rodolfo Tiengo
Direto de Port Elizabeth
Keanan, 11 anos, sul-africano. Com uma vuvuzela nas mãos e sem tocar, vestindo uma camisa do Brasil e acumulando lágrimas nos olhos, ele lamentou com a mais profunda e sincera tristeza a derrota da seleção de Dunga para os holandeses, por 2 a 1, no Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth. Amparada por seu pai, Ricardo que é sul-africano também e cujos pais viveram no Brasil, a criança ficou nas arquibancadas até depois do jogo, olhando desconsolada para o gramado vazio.
Placar eletrônico do estádio Nelson Mandela Bay apôs o jogo da eliminação da Seleção. FOTO: Marcos Limonti
A tristeza do país da Copa para a eliminação do Brasil nas quartas-de-final ficou estampada em rostos africanos como o de Keanan, além dos muitos brasileiros que estiveram entre os mais de 40 mil torcedores no palco da desclassificação. Mas brasileiro que é brasileiro gosta de mostrar que não perdeu a batalha para a tristeza. Enquanto o menino chorava, um grupo de torcedores, com instrumentos de percussão e saxofone, fazia músicas nacionais ecoarem pelo estádio vazio – o fotógrafo Marcos Limonti ainda flagrou uma torcedora brasileira aos prantos no meio do agito. Eles permaneceram ali até serem convidados a se retirar pelos policiais.
Nesse contexto de brasileiros tristes e também inconformados, o nome do técnico da seleção não ficou bem. Havia torcedores gritando “Adeus Dunga”, só pelo ato do protesto. Tanta revolta que já até repercutiu na rede. A comunidade “Dunga, a Vergonha” foi criada no Orkut minutos após a eliminação.
Sem marcar na Copa, Kaká saiu de campo desconsolado. Hora de voltar pra casa.. FOTO: Marcos Limonti
Se a derrota foi avassaladora, pelo menos podemos dizer que vimos um clássico mundial de um ponto muito privilegiado. Sentamos na categoria 1, bem perto dos jogadores. Ficamos no centro do campo, logo atrás do banco de reservas do técnico brasileiro, que quando ficava nervoso socava o acrílico que cobre o local.
Ver de perto uma partida como essa, com tantas emoções, me deixou com o coração disparado e perdi a conta de quantas vezes gritei com os jogadores e, claro, com o juiz. Até o último minuto, eu, assim como os outros torcedores, ainda tínhamos alguma esperança, mas já era tarde. Senti até que o árbitro deu uma ajuda com um tempo extra, mas foi em vão. O Brasil começou bem, com um primeiro tempo exemplar, em 1 a 0. Mas parece que a equipe já entrou desmotivada em campo na segunda etapa, ânimos que ficaram prejudicados com o primeiro gol da Holanda e com as investidas de Robben.
Hexa a vista? Agora só em 2014... FOTO: Marcos Limonti
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