quinta-feira, 29 de julho de 2010

Café com o presidente

Café com o presidente


Detalhes do encontro entre Lula e Juvenal




No final do evento em que sancionou a lei que modificou o Estatuto do Torcedor, em Brasília, Lula convidou o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, para tomar um cafezinho em seu gabinete. O encontro aconteceu na tarde de hoje e durou mais de 50 minutos. Muitos imaginavam que o presidente poderia dar alguma notícia interessante para os planos de Juvenal, mas, Lula queria apenas ouvir do presidente do São Paulo qual seria o real motivo para o veto ao Morumbi.




Juvenal disse aquilo que vem apregoando, que o motivo da exclusão do Morumbi foi apenas vingança de Teixeira pelo apoio ao candidato Fábio Koff na eleição do Clube dos Treze. Juvenal também se queixou de a Fifa não ter deixado claro que a abertura da Copa seria em São Paulo, o que teria atrapalhado os planos do clube em buscar investidores/patrocinadores.



O fato é que a Fifa precisa da abertura em São Paulo. Presidente, Governador, Prefeito, Comitê Organizador, presidentes de clubes, não falam a mesma língua em relação a este assunto. Todos os lados estudam como tirar proveito político de tantas trapalhadas. Podem anotar esta decisão não sairá antes do segundo-turno das eleições.



Verdade seja dita, o São Paulo Futebol Clube não tem como oferecer garantias ao projeto de R$ 636 milhões, para abertura da competição, não existe um plano B para abrir a Copa e a Fifa precisa dos leitos cinco estrelas da cidade para hospedar seus VVips e jornalistas.



Ou alguma esfera de governo apresenta uma solução, ou Jerome Valcke, candidato a presidência da Fifa em 2015, terá um belo trunfo em sua campanha contra o presidente Ricardo Teixeira.





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Obras no Vivaldão avançam >>>

Obras no Vivaldão avançam


Após demolição, construtora iniciará reciclagem de resíduos
 
 
 
 
O processo de demolição do estádio Vivaldo Lima, em Manaus, segue a todo vapor. Iniciado em março, o desmonte da obra ganhou força um dia após o fim da Copa do Mundo da África do Sul. Agora é possível notar de longe que a frente e lateral esquerda do Estádio já foram demolidas.




Quem passa pelo local se surpreende. “Já tinha ouvido falar, mas só agora conseguir passar por aqui e me assustei; já não é mais o Vivaldão, não sei se fico feliz ou triste, pois assisti a muitos jogos aqui", lembrou o aposentado Mario Farias, que tentava atravessar a rua para chegar mais perto do tapumes que isolam a obra.



O processo de demolição tem custo de R$ 32 milhões e envolve também o rebaixamento do gramado em dois metros, trabalho iniciado agora no mês de junho. Cerca de 200 operários trabalham para terminar a demolição até outubro.



Todo o entulho e terra retirados do local serão reciclados e reaproveitados na construção da futura Arena Amazônia. Uma britadeira será montada dentro da obra pela empresa Andrade Gutierrez. “O objetivo é que 95% desse entulho seja utilizado para a construção da Arena, sem perda de nenhum material, disse o Secretário de Esporte, Lazer e Desporto do Amazonas, Julio Cesar Soares.





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Inter recebe sinal verde para obras do Beira-Rio


Porto Alegre deu hoje um passo importante em sua preparação para a Copa de 2014. O Sport Club Internacional recebeu da prefeitura a licença ambiental para o início das reformas no Beira-Rio, estádio escolhido pelos gaúchos para os jogos do Mundial.




“Amanhã mesmo nós começamos a cobertura, algo sonhado, mas jamais tentado”, afirmou o presidente do clube, Vitorio Piffero, que comemorou também a aprovação da medida provisória (MP) de isenção de impostos federais para as obras dos estádios da Copa. “Isso vai baratear o esforço que o Internacional vai fazer.”



Segundo o prefeito da capital gaúcha, José Fortunati, a MP abre espaço para isenções das outras esferas de governo. “Vamos pressionar o estado e o município para que as obras fiquem ainda mais baratas com a isenção de ICMS e ISS”, disse.



Fortunati afirmou também que o diferencial de Porto Alegre é a utilização de uma arena privada para a Copa, poupando recursos públicos. “Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia gastarão mais de R$ 600 milhões para a construção dos estádios. Mas nós não estaremos retirando recursos do nosso orçamento”, disse.



Presente à cerimônia, o ministro do Turismo, Luiz Barretto, também elogiou o esforço de Porto Alegre em viabilizar uma arena privada para o Mundial. “O Rio Grande do Sul mostra que é possível um estádio privado ter parceria com o poder público para concretizar o projeto.”



Reforma

Para o Mundial, o Beira-Rio terá sua capacidade ampliada de 56 mil para 62 mil espectadores. Serão construídas novas cabines de imprensa, vestiários e cobertura metálica. A arquibancada inferior será ampliada e eliminada a antiga coréia e fosso, aproximando assim a torcida do campo, que são exigências do padrão Fifa. O anel inferior receberá camarotes e suítes.



O custo das reformas é calculado em R$ 130 milhões. A venda do Estádio dos Eucaliptos pode render cerca de R$ 20 milhões ao clube. O restante deve vir da comercialização dos camarotes que serão construídos.



“Um dos modelos é a venda de 100 suítes do estádio, negociadas por 10 anos e não mais anualmente como fazemos hoje. Já temos autorização do conselho para antecipar essas receitas”, afirmou Emídio Ferreira, diretor de patrimônio do Internacional.



Entorno

A segunda fase do projeto, batizado de Gigante para Sempre, será a revitalização do entorno do estádio, localizado na orla do rio Guaíba. Prevê a construção de marina, hotéis, estacionamento com acesso direto ao estádio e três campos de treinamento.





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Ricardo Teixeira visita o Mineirão.

Ricardo Teixeira visita o Mineirão e aprova andamento das obras




Anastasia e Teixeira vistoriam obras do Mineirão (crédito: Igor Costoli)

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Igor Costoli - Belo Horizonte




O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, esteve nesta quarta-feira em Belo Horizonte para visitar as obras de modernização do Mineirão. Acompanhado do governado Antônio Anastasia, do prefeito Márcio Lacerda e do ex-governador Aécio Neves, Teixeira assistiu a uma apresentação sobre o projeto do estádio e pode observar o andamento da reforma. Parte das arquibancadas inferiores já foi demolida, e uma rampa que dará acesso das máquinas ao campo, para seu rebaixamento, já está pronta. A visita marcou ainda o início da retirada do gramado.



Teixeira aproveitou para elogiar publicamente o cronograma mineiro. “Efetivamente estou muito feliz de saber que Belo Horizonte é, inegavelmente, a sede que está mais avançada em relação às obras de reforma de seu estádio”, afirmou.



Como sempre, o presidente da CBF foi perguntado sobre o jogo de abertura, objeto de desejo declarado de três capitais, Belo Horizonte inclusive. Teixeira, que na semana passada havia afirmado o interesse da Fifa pela abertura em São Paulo, explicou que essa é uma questão ainda em aberto, e longe de ser decidida.



“A Fifa tem um cronograma e vai cumprí-lo, na época oportuna, de análises das sedes e de todos os jogos importantes. Não tem nada definido, nem a abertura, nem o fechamento”, explicou. Sobre São Paulo, limitou-se a dizer que ainda não há definição sobre o estádio paulista para a Copa.



Abertura indefinida

Questionado sobre as chances do Mineirão para o jogo inaugural, o presidente da CBF comentou que o estádio larga em vantagem, por estar adiantado com a reforma. Do mesmo modo, afirmou não acreditar que a rede hoteleira, principal gargalo da capital mineira, seja problema em 2014.



“O prefeito me deu detalhes das perspectivas que tem com relação a multinacionais que irão fazer hotéis novos aqui em Minas Gerais e em Belo Horizonte. Tenho convicção que isso será sanado em Belo Horizonte com essa perspectiva de, nos próximos meses, termos contratos de grandes empresas da área da hotelaria que estão interessados em fazer hotéis aqui”, explicou.



Ricardo Teixeira descartou a exclusão de estádios que ainda não começaram suas obras e, ao explicar, apontou Belo Horizonte como provável cidade-sede para a Copa das Confederações. “Você tem estádios como o Mineirão, o Maracanã, como é o caso dos grandes estádios de mais de 60 mil lugares, que terão uma participação ativa começando em 2013, enquanto que outros estádios só começarão em 14, na Copa do Mundo”, explicou.



O governador mineiro, Antônio Anastasia, destacou duas frentes para a sequência do trabalho: a mobilidade urbana e a própria hotelaria. “Há um grande esforço do Estado com a Prefeitura e, como acabou de falar aqui nosso presidente Ricardo Teixeira, temos bons dados a mostrar. Nós queremos ser não mais uma sede, mas, de fato, a melhor sede da Copa do Mundo de 2014”, disse.





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Governo aprova isenção fiscal para obras da copa!!!

Governo aprova isenção fiscal para obras da copa




Fortunati (e.) e Piffero comemoram isenção para estádios da Copa (crédito: SC Internacional/Divulgação)

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Da redação - São Paulo





O presidente Luís Inácio Lula da Silva instituiu ontem, por meio de medida provisória (MP), a desoneração de impostos federais para as obras dos estádios da Copa de 2014. A isenção atende a pedidos dos comitês executivos locais das cidades-sede e deve reduzir considealvelmente o custo das obras.



Publicada ontem (28) no Diário Oficial da União, a MP 497 cria um regime especial de tributação para as arenas do Mundial e da Copa das Confederações, disputada em 2013, mas não vale para a Olimpíada de 2016.



O texto define que as empresas habilitadas pelo Ministério do Esporte serão desoneradas de PIS/Cofins, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Importação (II) de materiais, bens e serviços.



Segundo levantamento da “Agência Brasil”, a renúncia fiscal pode atingir R$ 35 milhões neste ano e R$ 350 milhões até 2014. A medida vigora de 28 de agosto de 2010 a 30 de junho de 2014.



Beira-Rio

Um dos principais beneficiados com a medida, o Sport Clube Internacional aguardava apenas a aprovação do texto para lançar as obras do Beira-Rio, em Porto Alegre. “Isso vai baratear o esforço que o Internacional vai fazer”, afirmou ontem o presidente do clube Vitorio Piffero, durante entrega da licença ambiental para a reforma do estádio.



O clube estima que o custo das intervenções cairá de R$ 150 milhões para R$ 120 milhões com as isenções. O próximo passo dos gaúchos será pressionar os governos estadual e municipal para ampliar as isenções.



O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, afirmou que a MP abre espaço para desonerações de outras esferas de governo. “Vamos pressionar o estado e o município para que as obras fiquem ainda mais baratas com a isenção de ICMS e ISS”, disse.



Isenções para a Fifa

Em maio, o Congresso aprovou dois projetos de lei que isentam os parceiros comerciais e de transmissão televisiva da Fifa de impostos vinculados à realização da Copa (leia mais). Estimativa do Ministério do Esporte indica que o governo deixará de arrecadar R$ 900 milhões por meio dessa medida. Em contrapartida, o evento poderia gerar R$ 10 bilhões em impostos, segundo a pasta.





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Com Ronaldinho e Pato, Milan apresenta novo uniforme em avião

Com Ronaldinho e Pato, Milan apresenta novo uniforme em avião


Nova camisa do clube rossonero possui listras verticais mais grossas

Por GLOBOESPORTE.COM

Milão, Itália




Com Ronaldinho Gaúcho, Pato e outros jogadores como modelos, o Milan apresentou oficialmente o novo uniforme número 1 para temporada 2010/2011. O evento foi realizado no Aeroporto de Malpensa, em Milão, com os atletas da equipe rossonera mostrando a camisa dentro de um avião.



Nova camisa do clube rossonero possui listras verticais mais grossas



O motivo para essa inusitada apresentação é o fato de que o novo patrocinador do Milan- que assinou por cinco anos - é uma companhia aérea que aproveitou a ocasião para mostrar o novo airbus que fará a rota Milão-Dubai.





Ronaldinho Gaúcho durante apresentação da nova camisa do Milan (Foto: EFE)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O “futebol” foi embora, mas o samba ficou












Com alegria e samba no pé, os brasileiros Esdras e Walace contagiaram torcedores no Green Point FOTO: Marcos Limonti

Rodolfo Tiengo



Direto da Cidade do Cabo



Se por uma série de fatores faltou alegria dentro de campo, sobrou do lado de fora. Os torcedores brasileiros deram uma lição de ânimo durante a semifinal entre Holanda e Uruguai, na Cidade do Cabo. Vencendo a tristeza de não ter a seleção brasileira entre os quatro melhores do mundial, os torcedores chamaram a atenção nos arredores do Green Point, onde Luis Fabiano e companhia deveriam estar jogando na noite de terça-feira, às 20h30 (15h30 no Brasil) se não tivessem perdido nas quartas de final para a Holanda de Robben.



Em meio a uma multidão de holandeses bastante otimistas, com direito a trajes peculiares e muitas vezes bizarros, e uruguaios em plena cantoria, o verde e o amarelo tiveram destaque especial. Eram muitos brasileiros que preferiram ver a partida e prestigiar futebol e em vez de vender o ingresso. E revender tíquetes na porta do estádio estava bem complicado, mesmo para quem abaixou o preço. Se por um lado a polícia estava de marcação cerrada em cambistas e negociadores de última hora, quem tentou vender enfrentou o problema da alta oferta. Assim como nas quartas entre Brasil e Holanda, em Port Elizabeth, havia muitos ingressos disponíveis – duas horas antes do jogo, no site da Fifa ainda havia entradas para as categorias 1 e 2.







Dia de festa para os holandeses, que abusaram da criatividade para apoiar sua seleção FOTO: Marcos Limonti

O marcante samba, bem ao clima de “o show tem que continuar”, foi o centro das atenções em uma das entradas do estádio. Todo mundo parou para ver e ouvir brasileiros conduzindo tambores e um conjunto de tamborins, além de letras tupiniquins conhecidas. Eram os amigos Walace Menezes, 50, e Esdras Macedo, 44, que apesar da derrota de nossos jogadores esbanjavam entusiasmo. Até parecia que o Brasil ia jogar.



Com seus instrumentos de percussão, embalaram muitos estrangeiros, inclusive holandeses – não há nada mais engraçado do que ver gringo tentando sambar. “Queria ver o Brasil aqui jogando contra o Uruguai, mas de qualquer modo estamos aqui representando o Brasil. Estamos aqui pelo esporte”, afirma Walace, que é consultor de informática e veio de Goiânia.







Os torcedores uruguaios chegaram otimistas e tiveram esperanças até o apito final da partida FOTO: Marcos Limonti

Ele, que portava um tambor com um símbolo da Gaviões da Fiel e não parava um minuto, e seu cunhado Esdras, que é autônomo e mora em Recife, chegaram à África do Sul no dia 2 de junho. Os dois viram todos os jogos da seleção brasileira, bem como o jogo de abertura entre África do Sul e México, no Soccer City, em Joanesburgo. Em todos eles, eles contam ter entrado com ingressos comprados na porta – motivo pelo qual os fazem acreditar que vão ver a final dentro do estádio, mesmo sem ainda garantir entradas.



Em todas as partidas, Esdras garante ter conseguido entrar com sua percussão, feita com oito tamborins que são tocados ao mesmo tempo e que ele apelidou de “gambiarra”. O autônomo e o consultor já viram sete Copas in loco. “A Copa da África do Sul é surpreendente, maravilhosa. O calor humano parece com o do Brasil”, complementa o recifense, bastante feliz com a hospitalidade do povo africano nas últimas semanas.



Festa do futebol









Holandeses agora estão em clima de expectativa para a final, que pode trazer o primeiro título mundial do país FOTO: Marcos Limonti







A vitória por 3 a 2 da Holanda sobre o Uruguai foi uma verdadeira festa do futebol. Se dentro de campo as equipes se esforçaram e esbanjaram determinação para os 62 mil espectadores - inclusive com os uruguaios tentando o empate até o último minuto -, do lado de fora o clima de Copa do Mundo era dos melhores.



A partida com ingressos de sobra lotou os arredores do Green Point. Por conta do elevado número de pessoas circulando entre o estádio e a Waterfront, que concentra bares e restaurantes, a polícia teve trabalho para controlar o trânsito. Após a partida, o tráfego de veículos ficou lento – demoramos 30 minutos para sair do congestionamento.







Um dos lances mais violentos da partida foi quando o uruguaio Martin Caceres acertou a cabeça do holandês Demy Dzeeuw FOTO: Marcos Limonti

Em número, os holandeses eram superiores, que chamaram a atenção com suas roupas e fantasias laranjas. Mas os uruguaios não deixaram por menos e entoaram o canto ”Voltaremos, voltaremos, voltaremos outra vez. Voltaremos a ser campeões, como na primeira vez”, remetendo ao título mundial conquistado em 1930 – lembrando que o Uruguai é bicampeão mundial.



Quem não tinha ingresso para entrar no estádio, não teve problemas. A Waterfront garantiu que os fãs do futebol sem ingresso acompanhassem a partida e ainda assim sentir todo o clima da decisão. O principal ponto de exibição foi um telão instalado num palco aberto onde geralmente se apresentam bandas locais. Restaurantes, bares e cafeterias também ficaram com mesas cheias. No La Playa Café, onde a reportagem viu o jogo, havia muitos torcedores sulafricanos conferindo a semifinal – eles que evidentemente apoiavam os holandeses, já que o Uruguai foi pivô da eliminação dos Bafana Bafana na primeira fase.







Muito nervosismo entre uruguaios, principalmente nos minutos finais do jogo, quando o time chegou a marcar o segundo gol e ainda buscava o empate FOTO: Marcos Limonti

terça-feira, 6 de julho de 2010

Um sorriso que valeu a Copa

Um sorriso que valeu a Copa

Mais de 40 mil torcedores acompanharam a vitória da Holanda de dentro do estádio Nelson Mandela Bay. FOTO: Marcos Limonti

Por Marcos Limonti



Sexta-feira, 2 de julho de 2010, ficará marcada para sempre porque nunca antes me senti tão feliz. Calma não estou feliz com a eliminação do Brasil, mas com algo que vai muito além de futebol.



Quando cheguei ao Estádio Nelson Mandela Bay, na tarde de sexta, para acompanhar o jogo entre Brasil e Holanda, estava com um ingresso sobrando. Muitas pessoas tentavam vender alguns ingressos na porta do estádio também, mas como não gosto de ser igual aos outros, pensei em fazer algo diferente. Procurei por alguma criança que queria assistir ao jogo.



Logo avistei um garoto cabisbaixo, encostado no alambrado do estádio. Perguntei se gostava de futebol e com um sorriso no rosto balançou a cabeça positivamente. Para minha surpresa, quando perguntei se queria um ingresso para assistir ao jogo, disse que não podia, precisava trabalhar. Sem entender, perguntei o porquê novamente. “Eu tenho que tocar na banda. Minha mãe precisa de dinheiro”, explicou.



Abaixei a cabeça e sai indignado. Aquela criança sul-africana, que aparentava ter apenas uns 12 anos, tocava em uma banda que se apresentava na porta do estádio na espera de algumas esmolas.



Voltando a caminhar em torno do estádio na procura de alguém para doar o ingresso, fui informado que tinha cambista rasgando ingresso por não ter conseguido vender. Faltavam poucos minutos para o início do jogo, a adrenalina já subia e foi quando encontrei um jovem sul-africano sentado na calçada.



Novamente fiz a mesma pergunta: “Do you like soccer?” E ele respondeu. “Sim, mas é claro.” Ficamos conversando uns dez minutos antes do grande momento do dia, quando perguntei se queria assistir ao jogo de dentro do estádio. Disse que gostaria, e muito, de ver a seleção brasileira jogar no estádio que fica a poucos metros de sua casa.


Mesmo com o alto valor dos ingressos para segunda fase, alguns africanos foram ao estádio torcer pela seleção. FOTO: Marcos Limonti

Era um sonho para ele e não pensei duas vezes. Saquei o ingresso do bolso e coloquei na mão dele. Os olhos do jovem brilharam, o rosto triste logo deu lugar a um belo sorriso. Ele nem sabia como agradecer. “Vamos entrar. O jogo já vai começar”, disse a ele, que logo saiu correndo para multidão de torcedores que esperavam na fila para passar pelas catracas.



Na hora fiquei sem entender. Ele foi passando por todos até chegar à catraca. Olhou para o guarda, sorriu e entregou o ingresso. Foi a última vez que o vi. Queria ter tirando uma foto dele, mas não deu tempo. Sua felicidade foi tão grande que correu para dentro do estádio sem mesmo eu ter feito um clic. Perdi uma foto que para mim seria muito importante, mas ganhei algo que ninguém me tira.



A eliminação do Brasil um dia vai passar. Em 2014 temos outra Copa, mas este sentimento que tive ontem ficará marcado para o resto da minha vida.

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Lágrimas em Port Elizabeth







Keanan, 11, chora com o pai no Nelsonm Mandela Bay. Sul-africanos também choraram a eliminação brasileira na Copa FOTO: Marcos Limonti

Rodolfo Tiengo



Direto de Port Elizabeth



Keanan, 11 anos, sul-africano. Com uma vuvuzela nas mãos e sem tocar, vestindo uma camisa do Brasil e acumulando lágrimas nos olhos, ele lamentou com a mais profunda e sincera tristeza a derrota da seleção de Dunga para os holandeses, por 2 a 1, no Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth. Amparada por seu pai, Ricardo que é sul-africano também e cujos pais viveram no Brasil, a criança ficou nas arquibancadas até depois do jogo, olhando desconsolada para o gramado vazio.




Placar eletrônico do estádio Nelson Mandela Bay apôs o jogo da eliminação da Seleção. FOTO: Marcos Limonti

A tristeza do país da Copa para a eliminação do Brasil nas quartas-de-final ficou estampada em rostos africanos como o de Keanan, além dos muitos brasileiros que estiveram entre os mais de 40 mil torcedores no palco da desclassificação. Mas brasileiro que é brasileiro gosta de mostrar que não perdeu a batalha para a tristeza. Enquanto o menino chorava, um grupo de torcedores, com instrumentos de percussão e saxofone, fazia músicas nacionais ecoarem pelo estádio vazio – o fotógrafo Marcos Limonti ainda flagrou uma torcedora brasileira aos prantos no meio do agito. Eles permaneceram ali até serem convidados a se retirar pelos policiais.



Nesse contexto de brasileiros tristes e também inconformados, o nome do técnico da seleção não ficou bem. Havia torcedores gritando “Adeus Dunga”, só pelo ato do protesto. Tanta revolta que já até repercutiu na rede. A comunidade “Dunga, a Vergonha” foi criada no Orkut minutos após a eliminação.






Sem marcar na Copa, Kaká saiu de campo desconsolado. Hora de voltar pra casa.. FOTO: Marcos Limonti

Se a derrota foi avassaladora, pelo menos podemos dizer que vimos um clássico mundial de um ponto muito privilegiado. Sentamos na categoria 1, bem perto dos jogadores. Ficamos no centro do campo, logo atrás do banco de reservas do técnico brasileiro, que quando ficava nervoso socava o acrílico que cobre o local.



Ver de perto uma partida como essa, com tantas emoções, me deixou com o coração disparado e perdi a conta de quantas vezes gritei com os jogadores e, claro, com o juiz. Até o último minuto, eu, assim como os outros torcedores, ainda tínhamos alguma esperança, mas já era tarde. Senti até que o árbitro deu uma ajuda com um tempo extra, mas foi em vão. O Brasil começou bem, com um primeiro tempo exemplar, em 1 a 0. Mas parece que a equipe já entrou desmotivada em campo na segunda etapa, ânimos que ficaram prejudicados com o primeiro gol da Holanda e com as investidas de Robben.

Hexa a vista? Agora só em 2014... FOTO: Marcos Limonti



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Ida >>>>

De Gauteng ao Cabo Leste







Um belo pôr-do-sol iluminou nosso caminho rumo a Bloemfontein, na primeira parte de nossa viagem FOTO: Marcos Limonti

Rodolfo Tiengo



Direto de Porto Elizabeth



Dois dias de muitas paradas e paisagens diferentes e mais de mil quilômetros rodados de carro entre a província de Gauteng e o Cabo Leste. A reportagem finalmente chegou a Porto Elizabeth, onde o Brasil vai disputar as quartas-de-final contra a Holanda, na próxima sexta-feira, dia 2 de julho. Na quarta-feira, saímos de Bloemfontein às 13 horas para uma viagem de aproximadamente oito horas, incluindo a pausa para abastecer, almoçar e esticar as pernas. No percurso, vimos muitos ônibus repletos de torcedores de olho na partida que acontece na sexta-feira.



Diferente da rodovia que utilizamos entre Joanesburgo e Bloemfontein, com pedágios e pista dupla, o trajeto que nos trouxe até aqui foi um pouco mais precário. A maior parte dos 670 quilômetros que separam as duas cidades-sede da Copa, distribuídos pelas rodovias N1, N9 e N10, são de pista simples sem pedágio, com muitos trechos em obras e asfalto remendado. Tivemos que parar por pelo menos três ocasiões diferentes, esperando que o fluxo de veículos no sentido oposto passasse.




Pista simples e uma infinidade de caminhões e ônibus caracterizaram nosso viagem entre Bloemfontein e Porto Elizabeth FOTO: Marcos Limonti

Além disso, os torcedores brasileiros que estão vindo de carro para Porto Elizabeth enfrentam um tráfego repleto de caminhões de carga por toda a extensão do percurso, que é repleto de placas alertando para a presença de animais selvagens que podem cruzar a estrada e ainda o risco de pedras rolarem pelas encostas, especialmente quando se está a menos de 100 quilômetros de Porto Elizabeth – o último trecho é cheio de curvas e de alguns declives que exigem um pouco mais do automóvel.



De qualquer modo, para quem deixa para trás a gigante Joanesburgo, viajar de carro por essas bandas é um passeio que vale a pena. A planície é complementada por conjuntos de formações rochosas e diferentes vegetações, como os cactos que vimos na altura de Colesberg – a 440 quilômetros de Porto Elizabeth – e arbustos, morada perfeita para os dassies (uma espécie de roedor). O toque final da paisagem se dá com cata-ventos em grandes propriedades rurais com muito gado pastando e ferrovias.



O caminho reserva também boas surpresas, como a pequena cidade de Middelburg, já em Eastern Cape, bastante bucólica e com pequenos hotéis três estrelas para viajantes. Por lá a reportagem parou para almoçar por volta das quatro da tarde no Green Lemon. É um autêntico restaurante de cidade pequena, com comida da boa por um preço bem barato. Uma panqueca italiana, por exemplo, com um recheio de carne muito saboroso, custava 28 randes e um capuccino com chantili era 14 randes.


Já era noite e ainda estávamos na estrada na quarta-feira. Viagem até Porto Elizabeth, partindo de Bloemfontein, durou oito horas e meia FOTO: Marcos Limonti

Primeiras impressões



Depois de tanto rodar, a primeira impressão que a reportagem teve de Porto Elizabeth é de que o lugar é desenvolvido e marcado pela atividade portuária. Impressionante também é o Nelson Mandela Bay, estádio oficial da Copa com capacidade para 48 mil pessoas e uma arquitetura invejável – com projeto tão original quanto o de Durban.



Na chegada também vimos que os hotéis de Porto Elizabeth estão lotados e que conseguir acomodação por aqui nos próximos dias é uma tarefa bastante complicada. Como viemos sem reserva em hotel, procuramos em vários e estavam todos com quartos ocupados. Conseguimos um quarto de última hora, porém provisório, já que a parti desta quinta-feira já está reservado.



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